segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Mural de Carlos Bastos no Comércio deverá ser restaurado

O Ministério Público do Estado da Bahia determinou que as Lojas Insinuante e o Banco Econômico S/A, em Liquidação Extrajudicial, restaurem o mural do artista plástico Carlos Bastos, localizado no andar térreo do Edifício Argentina, na Rua Miguel Calmon, bairro do Comércio, em Salvador. O mural de 21 metros de comprimento por quatro de altura intitulado "Comércio do Porto de Salvador no século XIX" foi destruído quando a loja ocupou o imóvel e passou tinta por cima da criação.

O contrato entre as partes será assinado no próximo dia 5, quando serão iniciados testes de limpeza, prospecção e preparação do canteiro de obras por técnicos especialistas fornecidos pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac).  A restauração deve começar já no início de 2013.

Vinculado à Secretaria de Cultura do Estado (Secult), o Ipac, um dos mais antigos órgãos de patrimônio cultural do Brasil, fundado em 1967, foi responsável pelo tombamento do mural como Patrimônio Cultural, em novembro de 2002, via Decreto Estadual nº 8.357. Através do IPAC, a Bahia tem hoje 174 bens culturais materiais tombados e nove registrados como patrimônios imateriais, todos com proteção do Estado.
Pintor, retratista, ilustrador, muralista e cenógrafo, Carlos Bastos (Salvador 1925-2004) é considerado um "marco" do pioneirismo da arte moderna na Bahia. Começou a pintar na adolescência. Inicia sua formação artística na Escola de Belas-Artes da Universidade da Bahia, onde ingressa em 1944, transferindo-se, mais tarde, para a Escola Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, até 1945. Nesse ano, participa, ao lado de Mario Cravo Júnior e de Genaro de Carvalho, da 1ª Mostra de Arte Moderna da Bahia. Muda-se para o Rio de Janeiro, em 1946 e retorna a Salvador em 1947, onde organiza sua primeira individual na Biblioteca Pública. Após alguns períodos vivendo em Paris, monta seu ateliê no Solar da Jaqueira em Salvador, fixando-se na cidade. Edita ‘Santos e Anjos da Bahia’, com prefácio de Jorge Amado, em 1965. Ilustra diversos livros nas décadas de 1970 e 1980. Dentre as inúmeras exposições estão as individuais em 1960, Galeria Oxumaré, e em 1976 no Foyer do Teatro Castro Alves, em Salvador. Participou de dezenas de salões e exposições coletivas no Brasil, na França e nos Estados Unidos. (Fonte: Secult/Ipac)

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